quarta-feira, 25 de junho de 2008

Arthurius de Saydof 1º parte

Era uma época de grandes amores e grandes conquistas. Um tempo em que os homens lutavam mais por sua honra do que por qualquer outro motivo.
Existia ali naquele mundo esquecido, um pequeno arquipélago formado por três ilhas, e na maior
delas, havia uma trilha que levava quem a acessasse a um local sagrado, quase esquecida no
tempo. Mas ainda era guardada pelos mais fortes e honrados cavaleiros de reinos antigos das
terras do sul e de todo o mundo conhecido. No auge das crenças nos segredos daquele caminho,
aquela montanha fervilhava vida. Pessoas iam e vinham e instalavam-se ao longo do caminho
por acharem ter descoberto o sentido de suas vidas.
Mas aos poucos, o povo foi abandonando o antigo ritual de subir a montanha. As pessoas ali
instaladas desfizeram suas casas e voltaram para a vila, e aos poucos as velhas lendas caíram no
esquecimento. Os cavaleiros sentiram que não haveria mais a necessidade de se manterem em
total clausura e então criaram um torneio entre eles para medirem forças. Assim começaram o
campeonato.

A notícia do torneio correu rápido e logo no segundo ano cavaleiros de todas as terras e reinos
solicitavam a rigorosa autorização para lutarem no campeonato, cheios de ânsia pela fama e pela
gloria que tal título lhes concederiam. Esses cavaleiros eram aceito depois de jurarem que
sempre atenderiam um pedido de socorro. Vindo de onde vier.
Em poucos anos, o torneio dos arquipélagos se transformou no maior evento anual de todas as
terras e seus vencedores eram recebidos como heróis em seus reinos. As crianças corriam ao lado do cavaleiro e diziam a seus pais que queriam ser cavaleiros, e os pais ficavam tristes em
seu íntimo, pois esses também eram os seus sonhos. Mas filhos de camponeses não podiam ser
cavaleiros.
Dentre todos os cavaleiros, apenas um não havia lutado. Era Arthurios de Saydof. Era jovem
ainda, mas já tinha o seu valor entre todos. Tanto que foi o único cavaleiro a ser convidado a
participar do evento, e também o único a recusar as honras da disputa.
Arthurios era apaixonado pela bela princesa de seu reino, e sabia da sua aversão aos jogos e as
batalhas. Por esse motivo recusava desafios. Ele nutria a esperança de se casar com Arys desde
que salvou o reino de Metook de uma invasão inimiga. Arthurios comandou as forças de defesa e
após violento combate, conseguiu repelir os invasores. Foi recebido como herói pelo rei Mayrok,
que deu uma grandiosa festa em nome do novo herói. Muita musica e vinho, como também um
farto banquete, foram servidos em sua homenagem. O jovem buscava a todo custo a sua amada,
mas sempre era solicitado pelo rei. E foi num desses chamados que o rei o apresentou a sua filha.
Sua voz sumiu. Ele não conseguia dizer nada, talvez pela proximidade do rei. Ele queria com
todas as suas forças que o rei se ausentasse naquele instante,e de repente, como se sua vontade
tivesse poder, o rei foi chamado em outro canto do enorme salão de festa, completamente
decorado com motivos em vermelho. A cor da guerra, a cor da vitória.

- A cor do Amor! Pensou Arthurios.

Depois de alguns momentos juntos, o jovem cavaleiro sentiu-se sem chão. Naquele instante ele não ouvia mais a música que enchia o ambiente, não enxergava mais as poderosas paredes do palácio.
Toda aquela beleza que sempre inspirava seus sonhos e suas poesias, negava o amor que lhe era
entregue.
O jovem partiu naquele momento para as suas terras sem dizer uma palavra sequer. A princesa,
porém, sentiu que agira errado, mas apostou intimamente que ele saberia o que deveria ser
feito.



A 2º PARTE ESTARÁ DISPONÍVEL NO DIA 30/06/2008 AS 14hs